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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

CARTAGENA, ROMANCE E RUMBA


A cidade de Cartagena é uma explosão de cores com vigor e alegria contagiantes!


Ruas de Cartagena
Palenquera
Ruas de Cartagena
Ao ver a matéria na revista especializada, decidi que era o lugar ideal para passar uns dias, cinco para ser mais precisa, e esquecer todas as agruras impostas ao Rio de Janeiro por um governo irresponsável. Meu marido sugeriu uma escala em Bogotá, cidade que recomendo vivamente.

A idéia era passar o fim de semana na capital da Colômbia aproveitando o domingo para ir ao Museu do Ouro e outros programas que estão no post “Bogotá, uma surpresa atrás da outra”. 

Depois de 6 horas de viagem desde o Rio de Janeiro, o vôo da Avianca aterrissou no moderno e impecável Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá. Passamos 5 ótimos dias e, às 19h de uma segunda-feira, embarcamos para Cartagena.

A viagem dura em torno de 1 hora, chegamos a tempo de jantar. O pequeno Aeroporto Internacional Rafael Núñez, em Cartagena, é uma graça; o caminho que recepciona os visitantes é cercado por plantas, os funcionários são rápidos e eficientes e, em poucos minutos, estávamos pegando o voucher do táxi no balcão no lado de fora do terminal. A mocinha entrega um papel com o destino e o preço, mas você paga direto ao motorista. A corrida até o Centro Histórico custou 10000p.

Eu fiz uma confusão com o dinheiro deles, mas trocávamos U$100 por 194000p, para se ter uma idéia.

O Centro Histórico, Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, se divide em 4 bairros, Centro, San Diego, La Matuna, Getsemani (fora dos muros). Não se hospede fora da cidade murada, a não ser que você goste do estilo Miami de viver.

Nossa reserva era no Hotel Balcones de Badillo, bem recomendado no Trip Advisor e com fotos lindas. Esqueça. Apesar do pessoal ser simpático, não oferece o mínimo conforto. A não ser que você tenha entre 18 e 25 anos e muito bom humor.


Hotel Balcones de Badillo
Segunda-feira à noite a cidade estava quase deserta. E nós, que chegávamos de Bogotá onde a temperatura é sempre agradável, um friozinho delicioso, levamos logo uma lufada de ar quente. Em Cartagena, a temperatura média anual é 30º C e eles não distinguem as estações do ano.

Sentamos em uma das mesas voltadas para a praça no restaurante Plaza Majagua. A falante Derly sugeriu o honesto “Festival de Ceviches” acompanhado de um Chardonnay Misiones de Rengo. O jantar acabou dentro do restaurante para onde corremos fugindo dos mosquitos. Calle de la Tablada, 7-12, Parque Fernandez Madrid.

Cartagena foi fundada em 1533 pelo espanhol Don Pedro de Heredia e faz parte do litoral Atlântico conhecido como Mar do Caribe. Com mais de 1 milhão de habitantes foi o mais importante porto da América espanhola e sede do Tribunal da Inquisição.

A Cidade Murada, ou “corralito de piedras”, é a parte mais antiga da cidade, protegida por 11 km de uma larga muralha construída para evitar ataques piratas no século XVI. Ali dentro, está todo o charme e a graça de Cartagena com seu casario em estilo colonial espanhol, balcões floridos e fachadas coloridas.


Romântica até dizer chega!
Pode-se passear por cima da muralha e, nos fins de tarde, músicos se reúnem na altura de Las Bóvedas cantando e tocando para quem quiser dançar.



Depois do café da manhã no Balcones de Badillo, que só ia até 9h30!, enquanto eu arrumava as malas, meu marido foi em busca de um hotel mais confortável. Só que um congresso ocupava a quase totalidade dos quartos. No passeio da noite anterior, visitamos o charmoso Hotel Boutique Santo Toribio, mas o quarto prometido não ficaria livre. Por sorte, ele descobriu o Hotel Três Banderas.

Quando comunicamos que íamos fazer check out antes do previsto, a recepcionista do Balcones de Badillo não pareceu muito surpresa, acho que está acostumada à fuga de hóspedes.

O Hotel Três Banderas é uma casa de 200 anos em estilo espanhol, com pátios internos e 24 quartos. Preferimos ficar no primeiro piso, ao lado do jardim e de uma quedinha d´água. 


Pátio interno do Hotel Tres Banderas
Sem luxo, o quarto é bastante confortável, espaçoso, muito limpo, a cama ótima, e banho... bem, o banho em Cartagena é um caso à parte. Todas as avaliações de hotéis reclamam da água intermitente ou quase fria. Eu entendi que eles não usam água quente. O calor é tanto que, para eles, água morna quase fria é quente. Talvez no Sofitel Santa Clara ou no sofisticado Hotel Charleston, os mais chiques da cidade, o hóspede consiga tomar banho pelando. E, para falar a verdade, um banho quase frio caía muito bem. 

O café da manhã, apesar dos esforços da funcionária, complica no quesito comunicação. Difícil ela entender que pode-se queijo nos ovos mexidos E no pão. Não dá para entender porque, com a abundância de frutas, não se consegue um simples suco de laranja. É um café da manhã colombiano, com arepas e similares a que não estamos acostumados. Tal qual no Rio de Janeiro o serviço deixa a desejar, com a diferença que, na Colômbia, eles se esforçam para agradar ao turista. Calle Cochera del Hobo 38-66. San Diego. www.hotel3banderas.com

Banho tomado, internet funcionando e refrescados pelo ar condicionado potente, saímos para conhecer a cidade. A pé.

A parte murada de Cartagena pode ser toda percorrida a pé, o único problema é o calor. As lojinhas bem refrigeradas são a salvação. Ótimo, porque os homens não reclamam das compras.


Baluarte de Cartagena
A máquina fotográfica vai ser sua melhor companheira de viagem. As casas e as pessoas coloridas, ruas floridas, limpas, povo gentil e sorridente, são atrativos para belas fotos. Um céu azul de estarrecer emoldura e tudo vira arte na cidade murada onde o tempo para e a beleza impera.

Na esquina do hotel, a Casa del Habano, um café-charutaria vende os melhores cubanos a preços bem salgadinhos. Ali também se saboreia um bom café.


Casa del Habano
A Plaza de Los Coches, onde fica a Torre do Relógio, era, antigamente, a única entrada para a cidade murada. Contava com três abóbadas à prova de bombas que serviam como passagem de pedestres. Hoje, ali, no Portal de Los Dulces, o comércio de doces se esparrama embaixo das arcadas. Ao centro da praça fica a estátua do fundador, Don Pedro de Heredia.


Torre do Relógio
Uma loja da Desigual, marca espanhola de roupas coloridas e diferentes, fica na esquina da Calle Portocarrero, perto do Portal de Los Dulces. Preste atenção nos lenços e bijouterias.

Mais adiante a Iglesia de San Pedro Claver é uma das mais famosas de Cartagena. San Pedro Claver, conhecido como o “Escravo dos Escravos”, nasceu na Espanha em 1580 e foi o primeiro santo canonizado no Novo Mundo. Religioso da Companhia de Jesus, chegou à América em 1610 e se dedicou, de forma heroica por quase 40 anos, a defender os fracos e oprimidos na época da violenta dominação espanhola. Nessa época, Cartagena de Índias era um importante centro comercial espanhol no Novo Mundo e o principal porto negreiro. Recebia mais de 10 mil escravos por ano.


Iglesia de San Pedro Claver
Optamos pela visita guiada. Enquanto derretíamos de calor, Milton nos levava a percorrer o pátio, os aposentos, o quarto onde Pedro Claver viveu, a sala onde morreu de Parkinson (eu desconfio que foi de calor) em 1654, e depois a Igreja, onde, embaixo do altar, lá está ele, o próprio, dentro de uma urna de cristal. Não cheguei nem perto...

A Plaza de San Pedro Claver, em frente à igreja, é repleta de esculturas que retratam atividades cotidianas. Lá estão o barbeiro, o alfaiate, os jogadores de xadrez, o vendedor de frutas. Na mesma praça fica o Museu de Arte Moderna. Entramos só na lojinha do museu, super refrigerada, que vende objetos bonitos e diferentes. Do outro lado, a Palenque Artesanias também tem peças bonitas, apesar da antipatia do dono.


O engraxate na Plaza San Pedro Claver
Palenquera
O Cuzco é um restaurante de comida peruana que descobrimos na caminhada. A recepcionista nos mostrou o lugar com a maior boa vontade. Voltamos para almoçar e a mocinha já não era a mesma simpatia. São vários ambientes em torno de uma pequena piscina decorada com lindas flores flutuantes. Quando fizemos menção de entrar em um dos ambientes, a ex-simpática nos barrou. Não estávamos vestidos adequadamente! Naquele calor senegalês, meu marido usava camisa polo, bermuda e eu bermuda e camiseta. Quem usa camisa social e gravata na cratera do vulcão? Fomos levados para um ambiente ao lado, “menos formal”. O Piqueo Inca era gostoso, nada admirável; o Turron, um pavê de sorvete tão duro que foi difícil cortar com faca. Enquanto meu marido acertava a conta (não é barato), perguntei à mocinha do caixa onde eu poderia encontrar as flores flutuantes que coloriam a piscina. Ela demorou alguns segundos pensando, pegou papel e lápis e escreveu o nome da loja, “Almacém La Sorpresa”, e o endereço, Calle de La Moneda, num papelzinho retangular. Devolveu com o sorriso mais gentil possível. Adorei. Não tenho piscina, a não ser uma decorativa de 25cm, e não sei por que cismei com flores flutuantes, acho que não resisto a uma cor. Cuzco – Calle San Domingo, 33-48. À noite, segundo avaliações colhidas, tem música ao vivo.                     

Lá arrastei meu marido para a Calle de La Moneda. Na minha cabeça, uma rua que tinha uma loja com flores flutuantes tão lindas, teria, com certeza, dezenas de lojinhas com objetos incríveis para casa! E o Almacén La Sorpresa seria o paraíso dos apaixonados por decoração como eu.

Antes, passei na TNS, quase em frente ao Cuzco, para comprar camisetas para o meu filho. Eu fotografo, envio por whatsApp, ele escolhe. A TNS tem uma roupa jovem estilosa.


TNS
A Calle de La Moneda é um mafuá de lojas de bagulharia. Andei de cima abaixo, prá lá e prá cá e nada do Almacén La Sorpresa. Até que alguém informou que o La Sorpresa ficava na rua de trás. Outro mafuá. O La Sorpresa é uma loja tipo 1,99, o que foi mesmo uma surpresa. Depois entendi que aquela mal educada fez uma pegadinha. Deve estar achando muito engraçado até agora a brincadeira de mau gosto. Agora, um restaurante com pretensão de ser chique, exigindo traje formal aos clientes, na hora do almoço, com funcionários antipáticos e debochados é muito deselegante, não é mesmo? Ainda se a comida valesse a pena...

Enfim, encontramos nossa flores lindas na rua 25 de Março, em São Paulo!

Nosso hotel ficava a menos de 50 metros da Plaza San Diego. Por acaso, ficamos num dos melhores “points” de Cartagena. A praça é reduto de vários restaurantes gostosos, entre eles o “La Cevicheria”, que não tem nenhuma pretensão, o ceviche é uma delícia, o ambiente descontraído e os garçons são educados. Experimente a “Miss Celania” de ceviches com uma cerveja geladérrima. Garanto que, aí sim, vale a pena! Calle Estuard, 7.


La Cevicheria
Ceviche de camarão com manga, huuum!
Las Bóvedas hoje é um centro de artesanato com passado meio tenebroso. As 23 abóbadas à prova de bomba, onde hoje se instalam dezenas de lojinhas, foram depósitos de munição da coroa espanhola e, no período republicano, celas que abrigavam prisioneiros. Não se entusiasme tanto com os objetos vendidos ali. Você vai encontrar todos eles nos camelôs espalhados pela cidade. Diariamente a partir de 9h. No final da Calle da Las Bóvedas.


Las Bóvedas
Vende-se de tudo
A Plaza de La Aduana é a maior e mais antiga da cidade. Ali, em 1894 foi instalada a estátua de Cristóvão Colombo.


Na Plaza de Santo Domingo, um dos lugares mais pulsantes da cidade, fica a Iglesia de Santo Domingo, construída há mais de 400 anos com cal, pedra e areia do mar. É surpreendente a quantidade de fiéis que estão ali enterrados. Acreditavam eles que quanto mais perto do altar, mais importantes por estar mais perto de Deus. Pagavam fortunas pela “localização privilegiada”. O altar atual é do século 20. Segundo a lenda, o Diabo entortou a num ataque de fúria.


Iglesia de Santo Domingo
Tumulos na Iglesia Santo Domingo
Em frente a igreja está “La Gorda”, a famosa escultura doada por Fernando Botero. Passar a mão nos seios da gorda Gertrudis é certeza de voltar a Cartagena. Dá para notar que os seios estão mais claros do que o resto do corpo de tão alisados.

La Gorda Gertrudis
Anualmente o Festival de Cinema leva milhares de pessoas à cidade. Mas, em relação a teatro, nada acontece. O que não deixa de ser curioso porque um dos teatros mais bonitos que já vi nas minhas andanças por esse mundaréu de mundo, fica em Cartagena.

O Teatro Heredia, ou Teatro Adolfo Megia, inaugurado em 1911, passa despercebido ao turista que passeia de charrete ou a pé. O casarão branco, fechado, impecável, não revela os segredos de seu interior nem o passado esplendoroso. A visita guiada nos leva ao palco, plateia, camarotes e amplas coxias. A guia fala com orgulho compreensível já que o teatro, admiravelmente restaurado, é de uma beleza extraordinária. As cores vivas do pano de boca e do teto pintados pelo mestre Enrique Grau, a madeira rendilhada da balaustrada, a brancura do mármore de carrara das escadarias, deixam o visitante estarrecido. Isso sem falar nos equipamentos modernos. 


Pano de boca Teatro Heredia
Pena que tudo aquilo seja para nada. No teatro, atualmente, se realizam congressos, casamentos, uma vez ou outra alguma peça vinda de fora. Quando lá estávamos, uma atriz encenou um monólogo sobre violência contra mulher, dentro da programação da 2da Gran Maraton de la Mujer. Não deixe de visitar. Calle de La Chicheria 38-10.

Infelizmente, outros teatros da cidade, como o Teatro Colón, em Getsemani, estão abandonados. Vimos as arcadas da entrada do Teatro Cartagena serem emparedadas sentenciando o seu fim.

Fora das muralhas, o Castillo San Felipe de Barajas é um dos poucos lugares onde é preciso ir de táxi. O ingresso é vendido ao lado da rampa de acesso. Fazia tanto calor que abrimos os guarda chuvas para nos proteger do sol. Na verdade, o Castillo é a maior fortificação militar erguida pelos espanhóis na América. A construção foi iniciada em 1657, para conter os ataques piratas e os invasores, e demorou 36 anos para ficar pronta. São mais de 60 canhões, túneis estreitos, caminhos subterrâneos com pouco mais de 1 metro de largura, cheios de ramais, que outrora abrigaram soldados, prisioneiros e depósitos de pólvora. Dali se pode avistar toda a cidade. Na Bateria de Santa Barbara estão 7 canhões que defendiam o Cerro de La Popa, uma lojinha pobrinha e um bar onde você só vai comprar sorvete e água gelada. É um daqueles passeios que promete mais do que cumpre, mas vá assim mesmo.


Bateria de Santa Bárbara
Em frente ao forte está a estátua de Don Blas de Lezo que, mesmo sem um braço, uma perna e um olho (!!), combateu heroicamente, expulsando os invasores britânicos em 1740.

Depois da curva, na parte de trás do Castello, está o fotogênico Monumento a los Sapatos Viejos, em homenagem a um verso do poema “A Mi Ciudad Nativa”, de Luiz Carlos López.


Castillo San Filipe de Barajas e o Monumento a Los Sapatos Viejos
Para comprar roupas de marcas conhecidas vá ao Caribe Plaza, ao lado do Castillo San Felipe de Barajas. Lojas como Naf Naf, Quicksilver tem filial ali, mas não espere as mesmas coleções da Europa ou Estados Unidos.

A maioria dos táxis, como em Bogotá, não tem taxímetro, o preço é de acordo com a cara do freguês. Nós tínhamos cara de 6000p. Para todos os lugares nos cobraram 6000p.

O Museu do Ouro de Zenu não tem a exuberância do Museu do Ouro de Bogotá, mas, se você tem tempo sobrando, vale a visita. Plaza de Bolívar.


Máscara no Museu do Ouro
Cartagena tem 16 praças. Na arborizada Plaza de Bolívar o povo se reúne para conversar, tomar sorvete ou comer as frutas vendidas pelas “palenqueras”, mulatas com traje típico que se espalham pela cidade. Do outro lado do Museu do Ouro fica o Museu Histórico de Cartagena/Palácio da Inquisição, fundado em 1924. A casa onde funciona o Museu Histórico foi construída no século XVIII para tribunal do Santo Ofício.

Os horrores da Inquisição estão expostos com todas as letras, armas e torturas no Palácio da Inquisição. A sala “Peso de las Brujas” mostra a bruxaria como expressão cultural e a sala “Câmara de Tormentos” mostra a repressão como instrumento político e religioso. Não é agradável de se ver.


Oração para acalmar marido
No mesmo prédio, no segundo andar, o Museu Histórico de Cartagena mostra a história da cidade de modo burocrático.


Propaganda de 5 de março de 1920
A Catedral de Santa Catalina de Alejandria fica bem no meio do centro histórico, perto da Plaza de Bolívar. Sua inauguração foi em 1661, depois de 84 anos desde o início da construção. De terça a domingo, de 10:30h às 12h e das 13h às 19:30h. Calle de Los Santos de Piedra, Carrera 4.

O Señor Toro tem um bife de lomo ótimo, a cerveja Colombia bem gelada, mas, apesar do garçom afirmar que o ar condicionado estava ligado, fazia bastante calor. E não tem cartão de crédito. Calle Santo Domingo, 35-55, esquina com Gastelbondo.


Señor Toro
Sorvete e smoothie são coisas que se toma o dia inteiro em Cartagena. Para refrescar. Adorei os picolés do La Paletteria, uma delícia. A sorveteria fica ao lado de outra sorveteria, perto da Plaza San Domingo. Calle 35, 03-86, local 02 (eu não entendo esses endereços...)


Picolés do La Paletteria
No final da tarde, o melhor programa é admirar o pôr do sol deslumbrante no internacional Café del Mar, um restaurante/bar/lounge/balada, de localização privilegiada, de frente para o mar do caribe colombiano. O mojito e a piña colada deixam um gosto de quero mais. À tarde, casais românticos de todas as idades, apreciam a vista desde as mesinhas no pátio. À noite, a balada toma conta do lugar, famoso no mundo inteiro.

Café del Mar
A Candinaret é uma galeria de arte que vende objetos exclusivos feitos a mão, como mobiles, esculturas, pinturas.  Calle de Las Damas. Pasaje de La Candelaria.


Escultura da Candinaret
O café colombiano é famoso pelo sabor. São várias lojas espalhadas por toda a cidade que vendem o produto em suas mais variadas misturas e sabores. Uma delas fica dentro da Pasaje de La Candelaria.


Cafe Colombiano
Jantamos no La Bruschetta um risoto de funghi, carpaccio e um Las Moras Cabernet Sauvignon. Gostoso, mas não especial. Plaza San Diego. Calle del Curato, 38-135.

Cismei de conhecer Boca Grande, a parte “moderna” de Cartagena com pretensão de ser Miami, mas que não passa de uma Barra da Tijuca exibida. Um aglomerado de prédios residenciais, comerciais e hotéis, disputa o troféu do mais alto e mais feio. Entramos no Plaza Mall El Castillo, um shopping recém inaugurado com pouquíssimas lojas. A praia enorme de areia escura e algumas ondas tímidas é cheia de barraquinhas. Para quem mora no Rio de Janeiro, como eu, não atraiu para o banho. Voltamos correndo para a parte antiga.


Boca Grande
A Cevicheria Wippy é muito simples, não surpreendeu, mas não desapontou. Para um almoço rápido e sem expectativa. Calle Santo Domingo, 33-81.

A Kia San Lorenzo é uma loja de roupas com estampas bonitas e diferentes. São várias espalhadas pelo centro histórico. Plaza Santo Domingo 35-55. Calle del Arzobispado 34-70. Calle de Baloco, 2-28.

Limonada de coco! Descobri essa bebida no “La Cevicheria”. A combinação é espetacular! Empatou com a piña colada no quesito “delícias refrescantes e gostosas”.

As Chitas reproduzem os ônibus que percorriam as estradas do país, cheios de gente dentro e com as mercadorias e bagagens na parte de cima. São coloridas com as cores da bandeira do país. Hoje, não fazem mais transporte público, são usadas para City Tours e até para festas como a Chita Rumbera que percorre as cidades com música alta e bebidas para os passageiros.

Chita Tour
“Juan del Mar” é um restaurante indicado por várias publicações. Na verdade, ele oferece 3 opções na Plaza San Diego: o restaurante peruano, o caribenho, do outro lado da praça, e, do lado de fora do caribenho, uma pizzaria.

Pedimos um “tiradito dos cremas” no Juan del Mar peruano e relaxamos apreciando o movimento da praça.

Adoramos salsa. Tentamos ir ao Café Havana, o mais badalado de Cartagena, mas estava fechado. Mudamos o rumo para o Cachao, perto do hotel. Os drinques são deliciosos e divertidos: Compay Segundo (daiquiri com coco), Celia (mojito com mandarina), Fidel Y Su Vena (mojito clássico). A música “en vivo” é ótima e o atendimento impecável. Calle de Las Bovedas cra 9, 3-9-47.

Atravessando o Paseo de Los Martires, saindo dos muros pela Praça do Relógio, se chega ao bairro de Getsemani, também de arquitetura antiga, mais popular. Ali, os hotéis tem preços mais acessíveis. Em Getsemani fica o Café Havana e algumas casas de salsa, shows ao vivo. Ligando a cidade murada a Getsemani está a Muelle de Los Pégasus, o porto turístico da cidade, com a famosa escultura de Hector Lombana.


Pégasus, ao fundo a Torre do Relógio
O Convento Santa Cruz de La Candelária a 148 metros de altitude, foi construído pelos Agostinhos em 1606 e é conhecido como “La Popa” por seu formato de barco. O táxi leva, espera e volta. Nós pagamos 25000p e foi caro. O belo casarão com pátio interno é um museu que exibe algumas relíquias da igreja, objetos e quadros que atraem menos do que o belo visual de Cartagena que se tem lá de cima.


Pátio do Convento Santa Cruz de La Candelaria, La Popa.
Vista de La Popa com o Castillo à direita.
Passear de charrete é um dos passeios mais do que turísticos de Cartagena. Os charreteiros percorrem as ruas oferecendo preços de acordo com a duração do passeio e, de novo, com a cara do freguês. No fim da tarde, depois que o sol se põe, é mais gostoso. Ou à noite.
Passeio de charrete ao pôr do sol
El Santíssimo, de culinária típica da costa colombiana, é um dos restaurantes mais badalados e requintados do centro histórico. Faça reserva. O menu Plan Milagro traz entrada, prato, sobremesa e vinho à vontade por 2 horas. Você pode começar com um espumante, mudar para branco ou tinto, harmonizando de acordo com o prato escolhido. A comida é deliciosa. Calle del Torno, 39-76. Plaza San Diego.


Um dos salões do El Santissimo
Já reparou que o melhor lugar para ficar é perto da Plaza San Diego?

Ir ao Caribe e não mergulhar numa praia maravilhosa? Cartagena oferece vários passeios a praias que prometem o paraíso. É só escolher nos folhetos distribuídos nos hotéis. Afinal, ao lado dos casacos e lãs que usamos em Bogotá, estava acomodadinho na mala, um biquíni. Um não! Dois!

Playa Blanca e Islas de Rosario são os passeios mais famosos. Playa Blanca fica na Ilha Baru, que tem uma frequência mais popular.

Por sugestão do hotel escolhemos a Isla del Encanto. Segundo a recepcionista, em meia hora a confortável lancha nos levaria a essa encantadora praia particular de um resort onde nos banharíamos no mar azul do Caribe, almoçaríamos ao ar livre sob coqueiros, e relaxaríamos nas espreguiçadeiras à beira mar.

Na hora marcada, 8h30 da manhã, a van lotada passou no hotel e nos levou até Muelle de La Bodeguita, o porto. Lá, centenas de turistas resfolegavam de calor, esperando os barcos que os levaria à praia prometida. Uma confusão para pagar a taxa de turismo, 12000p por pessoa.

Embarque para as ilhas
O “curto trajeto” levou 50 minutos dentro da lancha com os turistas se espremendo e suando dentro de coletes salva-vidas.

À primeira vista, a Isla del Encanto não encanta. Paquetá é mais bonito. Naquele horário, com todas as embarcações chegando, a água estava cheia de óleo do motor das lanchas, de pequenos barcos infláveis e pedalinhos oferecendo passeios. São poucos lugares nas espreguiçadeiras à beira-mar, disputadas a tapa. A areia é pedregosa, o almoço é um bandejão. Eu só comi frutas, mas parece que a comida era gostosa. 

Depois do almoço tudo melhora, os motores e os infláveis vão embora e a água clareia como num passe de mágica.

Isla del Encanto depois do almoço
Isla del Encanto depois que a maioria dos turistas vai embora
Piña Colada para a despedida da Isla del Encanto
Na volta, a lancha batia enfurecida nas ondas, contra a correnteza. Desagradável ao último ponto. E o desavisado do sub-guia, filmando a cara de pavor dos pobres coitados dos turistas a cada golpe do barco.

Se a cilada de Bogotá foi o ônibus de sightseeing, a Isla del Encanto foi a cilada de Cartagena.

Em terra firme, corremos para o Café del Mar para esquecer o passeio e contemplar mais um exuberante pôr do sol.


Anoitecer no Café del Mar
Por do Sol no Café del Mar
O restaurante escolhido para o último jantar foi o clássico Brujas de Cartagena. No fundo do salão, a cantora entoava músicas latinas. Apesar do jeitão formal, o atendimento é bastante simpático. 

Brujas de Cartagena
Pedimos creme de asparragos, tábla de ceviches e um Anakena Cabernet Rosé, sugerido pelo maitre. Tudo perfeito.

Tabla de ceviches
Tentamos, mais uma vez, o Café Havana, mas a casa mais popular de salsa não aceita cartão de crédito. Era nossa última noite e não tínhamos trocado dinheiro suficiente. O show só começaria à meia noite e estávamos cansados. Desistimos.

Sob uma lua cheia vaidosa, sentamos no Juan del Mar pizzaria, para ouvir o conjunto que tocava no salão lotado do Juan del Mar caribenho, e tomar os últimos mojito e piña colada. Na Plaza San Diego.

Nosso vôo saía no fim da tarde para o Rio de Janeiro com escala em Bogotá. Almoçamos no Santo Toríbio, um restaurante de comida árabe e internacional bem indicado. Você pode escolher entre ficar no pátio ou no salão refrigerado. Calle del Curato, 38-49.

Chegamos mais cedo ao Aeroporto Rafael Núñez para entregar as notas fiscais e os comprovantes de cartão de crédito ao DIAN (menos comprovantes de restaurante, comidas). Se algum voo internacional estiver desembarcando, você vai ter que esperar porque só um funcionário faz todas as funções. Para facilitar, leve xerox dos comprovantes ou entregue os seus originais. Eu deixei os originais, já tinha anotado tudo. Você vai preencher formulários e eles prometem devolver o imposto (IVA) no cartão de crédito. Chegue bem antes da hora do vôo, demora.

Na escala em Bogotá deu tempo de ir ao free shop, que é ótimo.

Ao andar pelas ruelas estreitas de Cartagena, sentindo o calor acachapante e vendo passar os corpos suados dos cartageneros, a memória remete aos grandes romances de Garcia Marquez.

O escritor mantém uma belíssima casa na cidade.

Em San Diego, claro!


Plaza de San Diego, pequena e muito movimentada
Dicas:
- é muuuuuito calor. Estivemos em Novembro e o sol era esturricante. Leve roupas leves.
- às vezes, os mosquitos atacam. Leve repelente.
- se você não gosta de banho morno/frio, é melhor se informar se o hotel tem mesmo água quente.
- troque dinheiro nas casas de câmbio. Você vai ser assediado na rua, evite as promessas de cotação acima do mercado.
- experimente: limonada de coco, piña colada, mojitos.
- experimente: arepas, arroz de coco e ceviche, ceviche, ceviche!

ONDE COMER:

Restaurante 8-18 – me indicaram este restaurante, mas não fui. É bem avaliado no Trip Advisor. Calle Castelbondo 2 - 124 local 8.
La Vitrola – indicadíssimo, reserve. Centro CII 33, 2-01. Calle Baloco.


La Vitrola
Krioyo - restaurante típico bonitinho com música ao vivo. Tel: 6643383, 3106614218. Calle de La Mantilla, 3-49. Perto da Plaza San Domingo


Entrada do Krioyo
Enoteca – Salón Garibaldi - aberto de meio dia à meia noite. Calle San Juan de Dios, 3-39. www.enoteca.com.co
Crepes & Waffles – para um almoço rápido os crepes são bem gostosos. Calle San Pedro esquina com Calle Amargura, 4-02.


Crepes & Waffles
Bohemia - dentro do Hotel El Marqués – super bem avaliado do ambiente à comida. Experimente o arroz com moluscos. Calle Nuestra Señora del Carmen, 33-41.
Don Juan - vive cheio porque a comida é ótima. Reserve. Regata e bermuda não são bem-vindas. www.donjuancartagena.com
Carmen - dentro do hotel Boutique Anandá. Ambiente super gostosinho com vista. www.carmemcartagena.com


ONDE DANÇAR:

Mister Babilla – discoteca enorme para aprender rumba e salsa. Avenida del Arsenal 8B-137. www.misterbabilla.com
La Escollera – em Boca Grande a discoteca tradicional é considerada patrimônio entre as discotecas. Para dançar os ritmos latino americanos. Avenida San Martin.
Getsemani - é o bairro onde os locais vão para a "night". Bares e baladas, shows de salsa garantem a animação. Fica 5 minutos a pé da muralha da cidade velha. 
Calle Arsenal – com vários bares e baladas. Em Getsemani.
Casa Havana – para ouvir boa música de orquestra e dançar até se acabar. De quinta a sábado, de 20:30 às 4h. Em Getsemani. Calle de La Media Luna esquina com Calle del Guerrero. cafehavanacartagena.com
Quiebra Canto - shows de salsa. Em Getsemani. quiebracanto.com



COMPRAS:

Artesanias de Colombia - todo o artesanato colombiano esta exibido nesta loja. www.artesaniasdecolombia.com.co
St Dom - multimarcas  de roupas, acessórios, design, móveis, numa loja de 700 metros quadrados. www.stdom.co



ONDE FICAR:

Casa Puntales – hotel simples bem avaliado no Trip Advisor. Calle de Los Puntales, 37-36.

Hotel Boutique Santo Toribio – charmoso e bem central. 87, Carrera 7, 36.  Perto da Plaza San Diego www.hotelsantotoribio.com


Hotel Boutique Santo Toribio
El Marqués Hotel Boutique – são apenas 8 quartos com atendimento elogiado. Calle Nuestra Señora del Carmen, 33-41.

Hotel Boutique Casa Pestagua – no século XVII o belo casarão pertenceu ao Conde de Pestagua. Calle Santo Domingo.

Casa Quero - hotel boutique pequeno e charmoso com clima descontraído. www.hotelcasaquero.com

Sofitel Santa Clara – construído em 1621 era um antigo convento. Restaurado, são 122 quartos luxuosos nesse hotel de arquitetura colonial. O restaurante El Claustro é aberto ao público. Calle del Torno, 39-29. Plaza San Diego.

Charleston Santa Teresa – o antigo convento de Santa Teresa, construído no século XVII, foi usado como quartel, presídio e escola antes de se transformar num hotel sofisticado. Carrera 3, 31-23.


Charleston Santa Teresa

Um comentário:

  1. Parabéns pelo post! Bem esclarecedor e conseguiu me deixar ainda mais animada para conhecer Cartagena. Obrigada.

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